DA REDAÇÃO — A Câmara Municipal de Vitória do Xingu decidiu, por unanimidade, instaurar nesta segunda-feira (25) uma comissão processante para apurar a conduta do vereador Edcarlos Uchôa Silva Cunha (PSB). A decisão foi tomada após recebimento de denúncia que envolve o parlamentar em um processo criminal por tentativa de homicídio.
O vereador acusado mobilizou sua base política na tentativa de pressionar e intimidar os parlamentares antes do início da sessão ordinária. A confusão se concentrou na área externa do prédio do Poder Legislativo, onde foi necessária a intervenção da Polícia Militar para restabelecer a ordem. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Edcarlos Uchôa discutindo com um policial militar. Assista:
O que diz a acusação
Segundo a acusação apresentada pelo Ministério Público do Pará (MPPA) e recebida pela Justiça, o vereador teria tentado matar Benedito Ferreira de Castro, conhecido como “Quizumba”, em 7 de abril de 2021. De acordo com o inquérito, Uchôa teria acionado por diversas vezes o gatilho de um revólver calibre .38 contra a vítima, sem que o disparo fosse efetuado. O episódio teria ocorrido dentro de um depósito comercial no centro da cidade, na presença de testemunhas.
Na denúncia, o MPPA sustenta que a conduta configura tentativa de homicídio qualificado, uma vez que a vítima teria sido surpreendida, sem possibilidade de defesa. O órgão solicita o prosseguimento da ação penal, a citação do acusado, a oitiva de testemunhas e, ao final, a condenação do vereador.
O que diz a defesa
A defesa de Edcarlos Uchôa nega as acusações. Em resposta à acusação, sustenta que os fatos narrados não correspondem à realidade, afirmando que o vereador estava em recuperação de uma cirurgia no joelho na data do episódio e utilizava muletas, o que, segundo a defesa, tornaria inviável a prática do crime. O documento também questiona contradições no relato da vítima e atribui a denúncia a motivações políticas.
Os próximos passos
Com a decisão do Legislativo municipal, a comissão processante terá a função de analisar a conduta do vereador e emitir parecer sobre a manutenção ou perda do mandato. O processo interno na Câmara tramitará em paralelo à ação penal em curso no Judiciário. (Portal Vinícius Soares)