DA REDAÇÃO — A advogada Heliane Paiva, ex-coordenadora especial de Políticas Públicas para a Mulher de Marabá, se envolveu em uma polêmica após proferir xingamentos e ofensas direcionadas à também advogada Claudia Chini, vice-presidente do Fórum Permanente de Mulheres de Marabá. As mensagens, enviadas em conversa reservada no aplicativo WhatsApp, foram posteriormente compartilhadas pela própria Heliane em um grupo institucional da Rede de Proteção à Mulher, o que gerou forte reação entre as integrantes.
Nas capturas de tela divulgadas, Heliane dirige a Claudia expressões como: “Segure sua língua maldita sua puta (00:53)”, “Mulher ridícula maldita que ataca todos”, “Espero que tu morra logo!!! (14:12)”, “Que o diabo te leve pra longe de todo mundo”, “Segue sendo imunda”, “Um lixo”, “Vadia” e “Escrota (14:13)”. A conversa se deu por mensagem privada, mas, ao ser ignorada pela destinatária, Heliane compartilhou os prints no grupo da Rede de Proteção à Mulher de Marabá, que reúne representantes de órgãos públicos, entidades e conselhos atuantes na defesa dos direitos das mulheres.
A publicação das ofensas gerou perplexidade entre as participantes do grupo. A conselheira Zélia Borges declarou que “as palavras de Heliane foram muito agressivas”, enquanto a militante Cirléia Alves reagiu com a frase: “Meu Deus, quanta violência”. Já a ativista Daniele pontuou: “Conflitos pessoais devem ser resolvidos nos meios legais”.
A coordenadora da zona rural, Calina Toniato, fez uma manifestação mais longa em resposta à publicação. Em sua fala, reforçou a importância de manter o grupo como espaço de fortalecimento das mulheres e lamentou a exposição de conflitos pessoais:
“Estamos no grupo de rede de proteção à mulher, e você coloca publicamente o ódio que tem por outra mulher. O grupo da rede é, que eu saiba, para o fortalecimento e empoderamento das nossas amigas companheiras que tanto lutam para desenvolver um trabalho aonde mulheres são oprimidas”, declarou Calina.
Ela ainda relatou um episódio ocorrido durante um evento oficial da Coordenadoria da Mulher, no qual, segundo ela, Heliane usava uma vestimenta inadequada para a ocasião, o que teria causado desconforto em várias participantes. Calina relembrou que, mesmo discordando da postura, tratou o assunto de forma privada com Heliane, como deveria ter sido feito neste novo caso:
“Se qualquer uma de nós tem problema pessoal, que seja raiva, que seja inveja, guarde para si e resolva em particular. Não estamos aqui para perder tempo ouvindo certas coisas”, completou.
A confusão ocorreu logo após o lançamento oficial da campanha Agosto Lilás em Marabá, na tarde de sexta-feira (1º), na Usina da Paz. A campanha, instituída pela Lei 14.448/2022, tem como objetivo o enfrentamento à violência contra a mulher e a divulgação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), sancionada também no mês de agosto.
A reportagem procurou a advogada Heliane Paiva para comentar as mensagens e a repercussão do caso. Em resposta, ela apenas enviou uma figurinha com os dedos cruzados, sem apresentar qualquer posicionamento formal até o fechamento desta matéria. A reportagem também tentou contato com a advogada Claudia Chini, mas não obteve retorno.
Diante da repercussão da polêmica e da gravidade das declarações feitas no grupo da Rede de Proteção à Mulher de Marabá, é esperado que as entidades que compõem a rede emitam nota pública de repúdio às mensagens de Heliane Paiva. Além disso, há a possibilidade de que providências legais sejam tomadas pelas pessoas envolvidas, tendo em vista o possível enquadramento das ofensas como violência psicológica contra a mulher. (Portal Vinícius Soares)